domingo, setembro 05, 2010

FAMÍLIA LAROCHE


Leadbelly, um conhecido cantor de blues, mencionou numa das suas músicas que Jack Johnson, um grande lutador de boxe de raça negra em 1912, recusou embarcar no Titanic devido a descriminação racial. Contudo não há qualquer registo constatado desse incidente ter realmente ocorrido.

Joseph Philippe Lemercier Laroche, era o único passageiro negro a bordo do Titanic. Nasceu em Cap Haitien, Haiti, em 26 de Maio de 1886 no meio de uma família poderosa com ligações à presidencia do estado haitiano. Em 1901, aos 15 anos, deixou o Haiti e viajou para Beauvais, França, onde esperava ingressar no Liceu para estudar Engenharia. Enquanto passeava nos arredores de Villejuif, Joseph encontrou Juliette Lafargue por quem se apaixonou. Após a formação de Joseph, ele e Juliette casaram-se em Março de 1908. Tiveram a sua primeira filha, Simonne em 19 de Fevereiro de 1909, e uma segunda filha, Louise, nasceu prematuramente em 02 de Julho de 1910. Devido ao seu nascimento antes do tempo, Louise sofria de muitos problemas de saúde que requeriam cuidados médicos constantes.

Para agravar a situação, a discriminação racial impediu Joseph Laroche de obter um trabalho bem remunerado, na França. A família precisava de mais dinheiro para lidar com as contas médicas de Louise, e Joseph sentia-se desconfortável por ser o seu sogro, um conceituado vendedor de vinhos francês, a suportar a maior parte das despesas da família. Foi então que Joseph decidiu retornar ao Haiti para encontrar um emprego mais bem pago, na sua área de engenharia.

O regresso estava previsto para 1913. Em Março de 1912, no entanto, Juliette descobriu que estava grávida, ela e Joseph decidiram que o melhor seria partirem para o Haiti antes que a sua gravidez se tornasse demasiado avançada para o percurso. A mãe de Joseph no Haiti comprou bilhetes no vapor La France como um presente de boas-vindas, mas a política estrita da companhia de navegação sobre crianças não poderem tomar as refeições nos salões junto com os pais, resultou que a família pedisse a transferência da sua reserva de primeira-classe do La France para o equivalente a segunda-classe do Titanic.

Em 10 de Abril a família Laroche partiu de Paris para Cherbourg, para embarcarem no Titanc no fim do dia. Joseph, que se pensa ter sido o único passageiro negro no Titanic, morreu no naufrágio, mas a sua família foi salva, provavelmente no barco salva-vidas 14. O corpo de Joseph nunca foi encontrado, mas Juliette, que mais tarde regressou a França, deu à luz um menino, ao qual deu o nome de Joseph, como o seu pai que nunca conheceu por morrer no Titanic. Juliette morreu em Paris, em 10 Janeiro de 1980. Simonne morreu em 8 de Agosto de 1973, e Louise em 25 de Janeiro de 1998.

Curiosamente, todos os jornais da época falaram em casos de bravura, e falaram dos emigrantes "desejáveis" a bordo, mas nunca mencionaram o facto de estar a bordo um herói negro que salvou a sua família e morreu junto com os restantes 1500, nem mesmo até hoje se fez um filme sobre o Titanic em que se pudesse constar a sua presença tal qual como identificamos facilmente outros passageiros. Créditos Mário Silva.

4 comentários:

voandoalto disse...

vamos sacudir a poeira acumulada aqui e voltar a toda força

Rodrigo disse...

Alegria com sua volta amigo!!! deus lhe proteja!

Quanto ao post... quebrando a seriedade da foto o lindo sorriso da menininha, isto sempre chamou-me atenção, ela é uma graça.

Cheguei a ver fotos de Louise Laroche já bem idosa, mas parecia ser uma senhorinha muito simpática...


A riquesa histórica que envolve Titanic é singular...

Anônimo disse...

Olá. Sempre me interessei por terapia de vidas passadas(també chama de regressão). Já li vários livros a respeito. Outro dia, navegando na internet me deparei com esse relato. Achei interessante:

"Em minha regressão a vidas passadas vejo cenas em 3ª pessoa. Percebo uma criança de uns quatro ou cinco anos brincando num local que acredito ser uma espécie de escritório. Não tenho dúvidas de que eu sou aquela criança assim como não tenho dúvidas de que um homem que conversa num bureau a minha frente é meu pai. Tenho a percepção nítida que minha família vai fazer uma longa viagem por algum motivo e meu pai está ali adquirindo passagens em um navio.
Numa cena seguinte estou no colo de meu pai e noto a presença de minha mãe e irmãos. Alguém mexe nos meus cabelos numa espécie de inspeção. Posso ver a minha frente um enorme navio. Durante a regressão não me ocorreu, mas assim que voltei da hipnose não tive a menor dificuldade em identificar em que momento da história eu me encontrava. O grande navio, sem a menor dúvida era o Titanic. Já vi diversas fotos do Titanic e, inclusive assisti ao filme, mas o que me impressionou nessas lembranças foram as imagens em cores muito vivas. Aquelas pessoas, aquele barco imponente, enfim tudo era tão real que filme algum poderia simular aquelas impressões. Acho que em vários momentos pude sentir o cheiro daquele porto e das fumaças emanadas de chaminés.
Voltando a regressão, lembro-me de um tipo de camarote coletivo. Sei que não conheço as pessoas que estão ali exceto por um homem que conversa com meu pai. Aquele homem vem do mesmo lugar onde morávamos. Não vejo minha mãe, apenas meu irmão que divide a cama comigo. O camarote parece desorganizado com sacos de viagem no chão e nas camas.
Numa próxima cena é noite, pois eu e meu irmão estávamos sendo acordados. Noto que as pessoas estão irrequietas. Meu pai está preocupado. Pede que peguemos nossos casacos para procuramos minha mãe que está em outro lugar com minha irmã. As cenas saltam em blocos nessas lembranças. Num momento estou num corredor apertado com muita gente em volta. Ouço sons de crianças chorando. Num outro momento posso ver o céu escuro, mas com muitas estrelas. A movimentação é grande e meu pai e minha mãe vestem um colete branco.
Numa próxima cena vejo discussões, brigas mesmo. Minha mãe chora muito. Sou colocado, quase jogado, em um barco pequeno aonde se encontram várias pessoas, a maioria mulheres e algumas crianças. Minha mãe e meus irmãos estão comigo, mas não vejo meu pai. Sinto muito frio e sinto muita falta de meu pai. Acho que estou chorando. Minha mãe mantém os olhares naquele navio que se afasta à medida que as pessoas remam. Não entendo muito que está acontecendo. Aquele navio está muito iluminado e continuava imponente para mim. Neste momento sou trazido de volta da hipnose."

Victor Laurant (Tirano) disse...

Muito interessante A história dessa familia, e tmb oq o debaixo ali contou. Sem duvida, não apenas a história do navio, ou a do naufrágio, mas tmb tudo que se tem a ver com o titanic é interessant. Inclusive a história de cada familia